top of page
Buscar

ÉPOCA DE PÁSCOA

  • Foto do escritor: educacaoestrelasgu
    educacaoestrelasgu
  • 20 de mar. de 2023
  • 13 min de leitura







A nuvem o conduz ao céu.

Os ares dizem as suas palavras.

As cores transportam a sua mirada!

Homem ergue-te da tua queda!

Sobe ao cosmos no arco-íris,

Toma à mão o quarto da lua e o disco do céu!

Com eles edifica o teu corpo mortal!










A semana que precede a Páscoa encerra toda a plenitude do drama da Paixão de Cristo, a grande parte final do evangelho. Àqueles que participam, em atividade interior, do Mistério da Paixão, esses sete dias dotam de novas forças para todo seu destino. Os acontecimentos que se deram há dois mil anos na Semana Santa, entre o domingo de Ramos e o da Ressurreição, foram revelações arquetípicas do destino, que a cada ano confere aos sete dias de cada semana um novo e mais elevado sentido. Estes dias sempre contiveram as cores e os sons das sete esferas planetárias, e naquela semana, entretanto, cada dia recebeu, além da diferenciação cósmica, o cunho do pensamento planetário cristão. Tradicionalmente os enfeites de Páscoa são os ovos, que é a imagem arquetípica da vida, é proteína primordial, e é vida nova. E para poder nascer uma qualidade nova, é preciso forçar-nos a deixar morrer certas coisas. Essa imagem de ressurreição nos acompanhará. Muitas vezes temos que passar pelo caminho da paixão, mas depois sempre vem a Aleluia e o reconhecimento da Páscoa. Na Europa esse renascimento é acompanhado pela primavera, aqui no Brasil, terá de ser o renascimento interno - o outono, a força da compaixão, do amor. Outra imagem da Páscoa é o coelho; símbolo da fertilidade, da primavera e da compaixão de Buda. A metamorfose de casulo em borboleta também é uma maneira de trazer a imagem de transformação da morte em vida. Essas são as forças presentes na Páscoa e vivenciadas pelas crianças.


* Domingo de Ramos: Podemos pegar as crianças, colhermos ramos verdes e colocá-los num vaso com água, enfeitando a Páscoa; os que enraizarem durante o período poderão ser transplantados para a terra.


* Segunda-feira: Dia em que se pode trabalhar com jardinagem, na preparação da terra para novas sementes, para posteriormente vê-las brotar e desabrochar.


* Terça-feira: Este é o dia da limpeza do templo. Pode-se fazer a limpeza da casa com as crianças: lavar brinquedo; arrumar armários; limpar os móveis; jogar fora o velho e quebrado. Enfim o que não serve mais.


* Quarta-feira: Para transformar as inquietações, pode-se fazer trabalhos que trazem concentração como a preparação do ninho do coelhinho. Utilizando cestos (de dobraduras de papel pintadas pelas crianças, rolinhos de jornal depois pintados, palha, lã, tricô de dedo, etc.).


* Quinta-feira: As crianças podem passar o dia na preparação do feitio do pão, para que a noite seja feita uma ceia, apenas com o pão e suco de uva, dividindo-o com as mãos e num total silêncio à mesa (um tem que perceber o que o outro quer sem palavras). Pode-se fazer também o lava pés um no outro - doação de amor e cuidado.


* Sexta-feira: No dia do sacrifício não se deve comer carne, nem transformá-lo numa festa com uma farta bacalhoada, como um banquete. É um dia de silêncio.Pode-se fazer um almoço branco, sem cores nem atrativos. Ascender velas. Uma experiência muito válida para a criança é guardar um ovo de galinha caipira, que tenha sido botado no dia. Este ovo não apodrecerá e poderá ser aberto no ano seguinte. Isto prova a existência da força vivificante do Cristo na natureza.


* Sábado: Dia do cultivo aos mortos, aos antepassados. Rever álbuns de família, rezar por eles, pode-se acender uma fogueira e depois jogar as cinzas sobre a terra onde foram plantadas as sementes, para que das cinzas nasça uma nova vida. Dia também de malhar Judas, não dando o sentido de eliminar o traidor e sim a traição. Pode-se fazer um boneco nomeando-o com os defeitos que queremos eliminar nas nossas vidas, através de frases ou papéis escritos e colocados nele, e descontar toda a agressividade que não caberá mais na vida.


* Domingo de Páscoa: Pode-se assim acordar (se possível ao nascer do sol), beber um copo d’água fresca, de preferência da fonte, atribuindo a ela uma força miraculosa:’’ a água da vida’’. Pode-se também comer um pão de trigo feito com as crianças ou biscoitos em forma de sol, galo ou coelho. O trigo é cereal típico da páscoa, pois além de representar o sol na terra, passa por várias transformações até chegar a ser pão. O coelhinho da Páscoa pode trazer vários tipos de ovos: de chocolate, cozidos com corante natural, algumas cascas pintadas recheadas com balas. Esses avos poderão estar espalhados por toda casa e jardim, deixando algumas’’ pegadas’’ feitas com farinha. O ato de procurar e encontrar traz imensa alegria para as crianças. A busca é algo inerente ao seu humano, e sempre vem acompanhada de crescimento e transformação.



Não é apenas no Natal que podemos criar uma árvore para enfeitar, a Páscoa talvez seja a época mais propícia para isto, pois ela é o símbolo de toda a transformação, da semente ao fruto, tornando-se semente novamente, fechando assim o ciclo da vida. Sugerimos, porém, que ela seja feita com um galho seco, aparentemente morto. É durante a semana santa que ela deverá ser montada e a cada dia pode-se colocar um casulo ou lagarta (feitos com gravetos enrolados com fio de lã ou de pedacinhos de feltro enfileirados com linha ou ainda com bolinhas de papel crepom colocadas umas nas outras), toda a atividade com participação das crianças. Os ovos podem ser decorados uma semana antes (primeiro faz-se dois furos nas extremidades, e sopra-se com força, o conteúdo do ovo sai, e este fica vazio). São pintados com as mais variadas cores. Materiais: tinta, giz de cera, colagens, pigmentos naturais. Pode-se passar por ambos os furos um barbante ou fita: de um lado fazem-se nós e estão prontos para pendurar na árvore no domingo de Páscoa, e os casulos deverão ser substituídos por borboletas de papel ou pano. Esta árvore pode ficar montada até o Pentecostes, que determina o fim da época. Obs.: Os materiais de confecção são apenas sugeridos, cabendo a cada um desenvolver e criar, se necessário achar.

Dia da Ascensão: Observar o céu e os vários tipos de nuvens. (10 dias antes do Pentecostes).

* Pentecostes: Pode-se fazer com as crianças 12 castiçais com argila, e colocá-los em círculo, acedendo todas as velas com uma maior, que deverá ficar ao centro e ler o prólogo do evangelho de João no maior número de idiomas possível, reúna seus amigos.

A Páscoa é uma festa muito anterior à morte de cristo. Nos primórdios, no Hemisfério Norte, era uma festa para celebrar o começo da primavera. Mais tarde, o povo judeu começou a celebrar a Páscoa, em função de sua libertação do Egito, fato ocorrido há mais de 3.200 anos. Nessa época, a palavra Páscoa já possuía um significado próprio, a “passagem” do inverno para a primavera, da escravidão para a liberdade.

Com a morte de Jesus Cristo, na sexta-feira Santa, um dia anterior às comemorações da Páscoa judaica, também os cristãos começaram a comemorá-la, sendo o domingo o dia mais importante, o dia da ressurreição de Cristo, passagem da morte para a Vida.

Mas nessa história da Páscoa, chamada Pessah, ou Passover, na qual o dia é considerado o feriado mais importante em ambas religiões, além desta tradição, e da Sexta-feira Santa, existem outras tradições. A semana santa cristã tem início no domingo anterior, chamado Domingo de Ramos, lembrando a chegada de Jesus a Jerusalém para participar da festa de Páscoa dos Judeus.

O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da primeira lua cheia após 21 de março, dia do Equinócio, que é quando o Sol passa por sobre a linha do Equador. Por isso, a sequência de datas varia de ano para ano, sendo no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa em uma festa “móvel”.

As crianças vivem dias de alegria em antecipação à procura dos ovos na manhã de Páscoa. O conteúdo que ele simboliza não é novo e era significado central na criação dos mitos de várias culturas.



OVO DE PÁSCOA

Para os cristãos, o ovo se tornou símbolo da Ressurreição. Vida nova irrompe da casca dura. Cada ovo pintado com cores brilhantes representa a luz solar. O ovo não é somente um símbolo de início de mundo, mas também um novo começo da criação que pode ser trazido para a vida em cada ser humano através da ressurreição de Cristo. Simultaneamente, é a imagem do eterno, do imortal.


COELHO DA PÁSCOA

Um símbolo que surgiu com a história passada de pai para filho: conta a lenda que imigrantes alemães, vindos de sua terra natal para a América, trouxeram na bagagem coelhos de comemoração representando a Páscoa. Uma pobre mãe alemã coloria alguns ovos e os escondia em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo e espalhou-se então a história de que o coelho foi quem trouxe os ovos.

Desde os

tempos mais remotos até a atualidade, estes símbolos sofreram alterações. O coelho, mais estilizado, continua sendo símbolo de fertilidade, mas os ovos, que na antiguidade eram verdadeiras obras de arte não-comestíveis, pintadas em cera e dadas como presentes, transformaram-se em guloseimas. Mesmo assim, o ovo simboliza o nascimento, a vida que retorna.





BORBOLETA

Na metamorfose de ovo para lagarta, e de crisálida presa à rigidez da morte para inseto alado de cores brilhantes, voltando para a luz do sol, na antiguidade já era considerado um símbolo da alma, pelo fato de não se extinguir após a morte física.

PÁSCOA EM CASA

Pode-se começar colhendo folhas secas e com estas construir ninhos, e aos poucos chegar galinhas, pintinhos e coelhos amigos do Coelho da Páscoa (que raríssimas vezes se deixa ver), e só no Domingo de Páscoa é que surgem os tão esperados ovinhos. Estes ovos podem ser pintados por você e seus filhos. Você verá que esta preparação trará outro sabor, sentido e cor para a festa e para as próximas que virão.

Fonte: Cordão Dourado

– Escola Waldorf de Curitiba, Fonte:http://lucianaivanike.wordpress.com/category/pascoa/. Acessado dia 14/03/2014




Música


Bom dia Sol, bom dia luz

O nosso amor, é o que nos conduz

Pássaros voando, flores no Jardim

Todos se reúnem, vão cantando assim


Verso


De manhã o sol levanta

Acorda um lindo girassol

A violeta ainda esta sonhando

Mas logo chega um raio de sol


Música


Acorda, acorda linda florzinha

O dia já raiou, o galo já cantou

E todas as flores enfeitam

O campo de cores


Verso


Um beija–flor numa planta sentou

Mas logo se assustou

Pois uma lagarta peluda e gordinha

Subia na plantinha com mil perninhas

Comeu uma flor, duas, três

Comeu tão depressa nem pausa ela fez.


Música


Lagarta arrasta-se no chão

Comendo folhinhas de montão

Come, come e não para não


Verso


Mas um dia a lagarta parou,

Pois com muito sono ficou

Num galho alto se segurou

E num casulo fechadinho se enrolou.

O sono era tão profundo

Que para ela acabou o mundo

Parecia até que ela morreu

Pois nenhum sinal de vida mais deu.

Passou-se o tempo

Veio um raio de sol, veio o vento, veio a chuva,

Veio outro raio de sol, e a acordou!

Êpa! Duas anteninhas!

Êpa! Duas perninhas!

Êpa! Duas asinhas!

É que um grande milagre aconteceu

Uma linda borboleta da lagarta nasceu.


Música


Borboleta sorrindo

Lá pro céu vai subindo

Borboleta multicor

Vai posar na linda flor!


Brincadeira cantada

Coelhinho foi passear

Passear sozinho

Nariz pro alto, não viu o rio

Pluft ele caiu!


Outras músicas


Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim?

Um ovo, dois ovos, três ovos assim!

Coelhinho da Páscoa que cores eles tem?

Azul, Amarelo, Vermelho também.


De olhos vermelhos De pelos branquinhos Sou muito assustado Porém sou guloso Por uma cenoura Já fico manhoso.

Eu pulo pra frente Eu pulo pra trás Dou mil cambalhotas Sou forte demais.

Comi uma cenoura Com casca e tudo. Tão grande ela era... Fiquei barrigudo!


1,2,3 indiozinhos,

4,5,6 indiozinhos

7,8,9 indiozinhos

10 no pequeno bote.

Iam navegando pelo rio abaixo.

Quando o jacaré se aproximou



História de dedinho – A família de coelhos


Esta é a coelha mamãe, este é o coelho papai.

E veja aqui que bonitinho, estes são seus filhinhos.

O seu pelo é marronzinho, e seu rabinho é branquinho.

Estão pulando na floresta, preparando uma festa.


História rítmica –Pedro, o coelhinho


Pedro, o coelhinho um dia, subiu em sua cama com o pé esquerdo. Estava realmente de mau humor, desobediente, teimoso, manhoso. Não quis lavar seu rosto, nem suas orelhas sedosas. E fez cara feia quando sua mãe serviu-lhe um prato cheio de alface e cenouras, coisa que ele gosta muito de comer. Empurrou seu prato que caiu no chão e quebrou. Isso foi demais para a paciência de sua mãe:

- Está bem, Pedro, disse ela – Você pode sair e ver se consegue coisa melhor. E só volte quando tiver aprendido a ser bonzinho e obediente.

Pedro achou ótimo e saiu saltitando. Pensou onde poderia ir tomar seu café da manhã. Lembrou-se então do cachorrinho que morava na fazenda e aos pulinhos foi lá.

- Bom dia cachorrinho, disse Pedro.

- Queria saber se você tem algo de comer para um amigo faminto.

- Ah, você chegou na hora certa, acabei de desenterrar um osso, disse o cachorrinho. – Quer roer um pouco?

- Não obrigado, disse Pedro – Não gosto muito de ossos velhos.

E rapidinho saiu pulando. Então encontrou-se com o bezerro.

- Muhmuh,chamou o bezerro.- Acabei de tomar o meu leite, mas posso dar–lhe algo desse belo feno.- Não obrigado, disse Pedro – Feno me dá cócegas no nariz.

- Que tal um pouco de aveia, Pedro? Perguntou o potrinho.

- Não obrigado, querido potrinho, acho a aveia muito seca.

- Beh, beh, fez a ovelhinha. – Essas florzinhas estão deliciosas, muito docinhas. Sirva–se!

- Não obrigado, não como flores. Não gosto de flores, disse Pedro.

Pedro então, pulou até o laguinho e perguntou aos patinhos se não teriam algo de comer para ele.

- Quá, quá disseram os patinhos. Pule na água, aqui há suficiente para todos.

- Ih não, disse Pedro – Eu não sei nadar e não gosto de mingau de pato.

- Que fome, pensou Pedro – Que devo fazer. Talvez seria melhor ir para a floresta, talvez possa comer algo lá.

Um passarinho desceu voando do seu ninho.

- Posso tomar café da manhã com você perguntou Pedro.

O passarinho tirou uma longa minhoca da terra.

- Por favor, sirva-se! Dividirei tudo com você com muito prazer, disse gentilmente o passarinho.

Pedro se sacudiu:- Mas eu não como minhocas!

Chegou um veadinho que lhe disse:- Eu acho que o melhor é você ir para casa e pedir a sua mãe que lhe dê algo de comer. Pois ela sabe o que você gosta!

- Isto é realmente uma boa ideia, disse Pedro e foi se embora saltitando. – Estou com fome de alface e cenoura!

Pula, pula, pula e já estava em sua casa. Sua mãe abriu a porta.

- É meu pequeno Pedrinho, disse ela. – Achou algo para comer?

- Não, mamãe, respondeu Pedrinho. – E agora sei que um grande prato cheio de alface e cenouras é a melhor refeição para um pequeno coelhinho faminto.


Fonte

Livro: Conte outra vez – contos rítmicos. Karin Stasch


História: O lobo e os sete cabritinhos – Irmãos Grimm


Era uma vez uma velha cabra que tinha sete cabritinhos novos e gostava deles como uma mãe gosta dos filhos. Um dia, ela quis ir à floresta buscar alimento, chamou todos os sete filhos e disse: “Queridos filhos, eu quero sair para a floresta; tomem cuidado com o lobo; se ele entrar, come-os todos com pele e osso. O malvado se disfarça muitas vezes, mas vocês o reconhecerão pela sua voz grossa e pés negros.

Os cabritinhos disseram: “Mãe querida, teremos cuidado; pode ir sem receio”. Então a velha despediu-se e pôs-se a caminho sossegada.

Não demorou muito, alguém bateu na porta e gritou:

“Abram, queridos filhos; sua mãe está aqui e trouxe alguma coisa para cada um de vocês”. Mas os cabritinhos perceberam pela voz grossa que era o lobo. “Não vamos abrir! – gritaram eles. - Você não é nossa mãe. Ela tem uma voz fina e delicada, mas a sua voz é grossa; você é lobo!” Então o lobo foi até a uma venda e comprou um grande pedaço de giz, comeu-o e com isso afinou a sua voz .

Então ele voltou, bateu na porta e gritou: “Abram, filhos queridos, a sua mãe está aqui e trouxe alguma coisa para cada um de vocês”.

Mas o lobo pusera a sua pata preta na beira da janela, os pequenos viram isso e gritaram: “Não vamos abrir, nossa mãe não tem o pé preto como o seu: você é o lobo!” Então o lobo correu até o padeiro e disse: “Machuquei o pé; passe-me massa de pão nele. E quando o padeiro lhe untou a pata de massa, ele correu para o moleiro e disse:

“Salpique farinha branca na minha pata”. “ O moleiro pensou: “Ele quer enganar alguém”, e recusou; mas o lobo disse:” Se você não o fizer o que eu mando, vou devorá-lo”. O moleiro, ficou com medo e branqueou-lhe a pata.

Agora o malvado foi lá pela terceira vez, bateu na porta e disse:

“Abram para mim, sua querida mãezinha voltou para casa e trouxe da floresta alguma coisa para cada um de vocês”. Os cabritinhos gritaram: “Primeiro, mostre-nos sua pata, para que vejamos se você é a nossa querida mãe”. Então ele pôs a pata na janela, e quando eles viram que a pata era branca, pensaram que era tudo verdade, e abriram a porta. Mas quem entrou, foi o lobo. Os cabritinhos se assustaram e tentaram esconder-se. Um pulou para baixo da mesa, o segundo na cama, o terceiro no forno, o quarto na cozinha, o quinto no armário, o sexto na bacia do lavatório e o sétimo na caixa do relógio da parede. Mas o lobo descobriu todos e não fez cerimônia; engoliu-os um por um. Só o mais novinho, que se escondera no relógio, ele não conseguiu encontrar. E quando o lobo aplacou a sua fome, arrastou-se para fora, deitou-se no campo verde debaixo de uma árvore e começo a dormir. Logo depois a cabra voltou da floresta para casa. Aí, o que os seus olhos viram! A porta da casa estava escancarada, a mesa, cadeiras e bancos estavam derrubados, a bacia estava em cacos, cobertores e travesseiros arrancados da cama. Ela procurou pelos seus filhos, mas não os encontrou. Chamou cada um pelo nome e nenhum respondeu. Por fim, quando chegou à vez do mais novo, uma vozinha fina respondeu: “Mãezinha, estou na caixa do relógio”.

Ela tirou-o de lá e ele contou-lhe que o lobo viera e devorado todos os outros. Na sua aflição, a mãe saiu correndo da casa e o cabritinho menor correu atrás dela. E quando chegou ao campo, lá estava o lobo deitado debaixo da árvore, roncando de fazer tremer os galhos. Ela examinou-o por todos os lados e reparou que na sua barriga estufada algo se mexia e esperneava. ”Aí, meu Deus”, pensou ela, “será que os meus pobres filhos que ele engoliu para o jantar, ainda estão vivos?” Então o cabritinho teve que voltar correndo para casa, buscar tesoura, agulha e linha, e nem bem ela fez o primeiro corte, que um cabritinho já pôs a cabeça para fora, e quando ela continuou a cortar, todos os seis foram pulando para fora, um atrás do outro, e eles nem sequer estavam machucados, porque a fera, na sua gana, os tinha engolido inteirinhos. Foi uma grande alegria! Eles abraçavam a sua mãezinha querida e pulavam e saltavam como um alfaiate no seu próprio casamento.

Mas a velha disse: “Vão agora e achem umas pedras grandes: com elas vamos encher a pança desta fera selvagem, enquanto ela ainda dorme. Então os sete cabritinhos arrastaram depressa umas pedras e as enfiaram na barriga do lobo, quantas cabiam. E a velha mais que depressa costurou a barriga, e ele nem percebeu nada e nem se mexeu.

Quando o lobo se fartou de dormir, pôs-se de pé, e como estava com muita sede, quis ir até um poço para beber água. Mas quando ele começou a se mover, as pedras na sua barriga começaram a se chocar e a barulhar. Então ele gritou: “Na minha pança, o que faz barulho? Pensei que eram cabritos seis, mas o que eu percebo ao invés, é um rebolar de pedregulho!” Quando ele chegou ao poço e se debruçou para beber, as pesadas pedras arrastaram-no para o fundo e ele morreu miseravelmente afogado.

Quando os sete cabritinhos viram isso, vieram correndo e gritando bem alto: “O lobo está morto, o lobo está morto!” e puseram-se a dançar de alegria junto com a sua mãe em redor do poço.



 
 
 

Comentários


bottom of page