UMA MÃO SE ESTENDE
Uma mão estende
Pelo mundo
De ti a mim
De mim a ti
Juntos lutemos como irmãos
Pra que a paz esteja sobre a terra
E em nós
Pra que a paz esteja sobre a terra
E em nós
PRECE DO EDUCADOR
Senhor,
Que eu possa me debruçar sobre cada criança e sobre cada jovem, com a reverência que deve animar minha alma diante de toda criatura tua!
Que eu respeite em cada ser humano de que me aproximar, o sagrado direito de ele próprio construir seu ser e escolher seu pensar!
Que eu não deseje me apoderar do espírito de Ninguém, imprimindo-lhe meus caprichos e meus desejos pessoais, nem exigindo qualquer recompensa por aquilo que devo lhe dar de alma pra alma!
Que eu saiba acender o impulso do progresso, encontrando o fio condutor do desenvolvimento de cada um, dando-lhes o que eles já possuem e não sabem, fazendo-os se surpreender consigo mesmos!
Que eu me impregne de infinita paciência, de inquebrantável perseverança e de suprema força interior para me manter sempre sob o meu próprio domínio, sem deixar flutuar meu espírito ao sabor das circunstâncias!
Mas que minha segurança não seja dogmatismo e inflexibilidade e que minha serenidade não seja mormaço espiritual!
Que eu passe por todos, sem nenhuma arrogância e sem pretensão à verdade absoluta, mas que deixe em cada um uma marca inesquecível, por ter transmitido alguma centelha de verdade e todo o meu amor!
Dora Incontri
ÉPOCA DE PENTECOSTES
A palavra “pentecostes” vem do grego e significa o 50.0 dia (após a Páscoa). Nesta época comemoramos a capacidade do ser humano de amar, reconhecendo no outro a sua própria humanidade, independente de raça, tribo, sangue e cor. Assim, concretizaremos a época de Pentecostes para as crianças (durará apenas duas semanas) através de brincadeiras, histórias e canções que trazem vivências comunitárias. Trabalharemos algumas profissões (como o pintor, a lavadeira, etc.) para ressaltarmos a importância das diferentes habilidades que atuam em uma comunidade. Uma sugestão para a vivência de Pentecostes em casa é aproveitar os momentos de refeição, fazendo com que cada membro da família se incuba de preparar algo bem bonito e gostoso. Essa preparação deve acontecer em conjunto, de forma a unificar toda a família neste momento. A intenção é que esta seja uma comemoração, que demonstre a importância da união das individualidades para construção de uma harmonia social.
Cinquenta dias depois do domingo de Páscoa, acontece a grande festa da descida do Espírito Santo. Os discípulos se encontram em uma situação social, entre outras pessoas. Chamas de fogo espiritual descem sobre as cabeças dos apóstolos e eles passam a falar várias línguas. Os presentes, apesar de não conhecerem os idiomas que são falados, entendem tudo.
Neste dia, estamos na situação de nos unir com a força da terceira qualidade da Trindade divina, o Espírito Santo, que é como o Novo Testamento descreve nitidamente o poder do fogo espiritual.
Na Páscoa, temos a revelação do mistério dos três graus da comunhão: "quem não come a minha carne e não bebe o meu sangue não faz parte de mim", que é a transformação da natureza em força espiritual no âmbito da sexualidade e da alimentação.
Se o ato sexual e a alimentação que atuam em nós como fogo são elevados e dominados, no sentido de poderem servir ao nosso espírito e ao de outros, mudamos de patamar. Quando estamos preparados para dominar a força destrutiva do fogo, sem medo e sem fuga, essa força deixa de queimar e acalenta o coração. O fogo, deixando de destruir, transforma-se em substância elétrica de clara luz azul, que constrói o mundo, o grande potencial de cura e compaixão.
No terceiro patamar, o fogo aparece novamente transformado em luz brilhante, que é capaz de iluminar tudo - o grande potencial da sabedoria e da clareza que é capaz de dizer: não minha vontade seja feita, mas a sua, porque vê claramente a necessidade de ser feita a vontade e a verdade cósmicas.
Quando as línguas de fogo aparecem sobre os apóstolos, começa o longo caminho da transformação do ser humano em um ser eterno e imortal como o Pai. O resultado da união do Homem com o Espírito Santo é uma bênção não mais individual, mas coletiva.
Em épocas passadas, a humanidade era dividida em raças com línguas diferentes, um processo de individualização que levava a uma mentalidade egoísta. No entanto, hoje em dia, estamos retornando a essa individualização, onde muitas vezes acreditamos que ninguém pode nos compreender, o que leva a sentimentos de isolamento, solidão e agressividade. A vivência do Espírito Santo pode ser um grande curandeiro para essa força de individualização, permitindo-nos compreender os outros e superar as diferenças.
Através da compreensão de que todos os seres humanos são partes do todo, podemos entender que cada pessoa é importante para uma humanidade saudável e que excluir uma parte dela levará a uma civilização doente. A esperança do Natal, a paz na Terra aos Homens de boa vontade, não é uma ilusão, mas uma necessidade. Somos parte da Grande Fraternidade Branca e co-responsáveis pelo destino da humanidade.
O pensamento e os sentimentos têm um grande poder na criação do universo e somos responsáveis pelo controle dos nossos pensamentos e emoções. Lançando ao universo ideias positivas e sentimentos de compreensão, podemos ajudar na construção do futuro corpo da humanidade e da nova Jerusalém.
Na Idade Média, o Rei Arthur e seus cavaleiros comemoravam a festa do Espírito Santo com uma mesa redonda onde cada um oferecia seu serviço e melhor capacidade. Reconheciam a importância de cada um, apesar de iguais, e que cada um tinha um papel fundamental no bem comum.
Esses cavaleiros formavam uma ronda, baseada em princípios de igualdade e fraternidade, em cada ato que praticavam, lutando pela justiça e honra. No dia de Pentecostes, que é praticamente a continuação da Sexta-Feira Santa, conseguimos superar todas as dificuldades e renascer com a esperança de um futuro melhor.
A esperança do Natal, que traz a paz na Terra aos homens de boa vontade, não é apenas uma vontade ilusória, mas uma necessidade real. Nós fazemos parte da Grande Fraternidade Branca, dos irmãos de Cristo. Pela força do Espírito Santo, nós nos tornamos criadores do universo e corresponsáveis pelo destino da humanidade. Isso nos impõe uma imensa responsabilidade para controlarmos nossos pensamentos e sentimentos.
Se, porém, lançarmos ao universo ideias positivas e sentimentos de compreensão, estaremos contribuindo para a construção do futuro da humanidade, da nova cidade santa, a Nova Jerusalém.
Na Idade Média, existia um rei inglês chamado Arthur, cuja esposa era Guinevere. Ele implantou, por um bom tempo, um hábito de festejar a grande festa do Espírito Santo. No dia de Pentecostes, eles e seus melhores cavaleiros, exatamente 12, formavam a Távola Redonda, um altar circular que permitia o encontro dos irmãos iguais, pois não havia cabeceira ou lugar de destaque, cada um oferecendo ao décimo terceiro, o Cristo, seu serviço e sua melhor capacidade. Festejavam Pentecostes com campeonatos e, apesar de iguais, reconheciam um deles como o melhor e Arthur como rei. As reuniões eram acompanhadas por doze damas.
Esses cavaleiros não viam a fraternidade apenas como uma questão religiosa, mas a preservavam em seu dia a dia. Até que vieram as contendas da Sexta-Feira Santa, em honra do mundo espiritual. Hoje, surpreendentemente, a festa de Pentecostes nem consta mais do calendário oficial, tendo sido esquecida, pois muitos não sabem como superar ou enfrentar as dificuldades da Sexta-Feira Santa.
Ascensão e Pentecostes
Ao contrário das festas da época fria, cheias de imagens simbólicas, as festas da época quente são pobres em imagens simbólicas.
Por exemplo, a Páscoa é simbolizada por ovos. O entendimento das festas de Ascensão e Pentecostes dependem do ressuscitar do pensamento humano das trevas do pensamento materialista. Ascensão marca a saída de Cristo da proximidade sensitiva dos Apóstolos. Cristo desaparece por entre as nuvens.
O simbolismo das nuvens é utilizado, pois, o calor gera vapor, que se condensa formando nuvens, que produzem chuvas que são o início da vida. Cristo salvou a Terra das forças da morte; Ele ata a Terra de novo nas forças da vida. Para tanto, Ele se expande tanto que se torna invisível perante os Apóstolos.
Pela imagem das nuvens, a Bíblia insinua que Cristo, a partir daí, envolve a Terra e a permeia. A Paixão e a Páscoa atraem nossa visão para a ligação de Cristo com as substâncias minerais da Terra (túmulo de pedra), bem como o reino vegetal e a água.
Nos 40 dias seguintes, Cristo se liga com os organismos fisicamente vivos. A Ascensão é a época das flores na natureza, principalmente das árvores frutíferas. Significa a aproximação da espiritualidade terrena com a espiritualidade cósmica. Maio parece lembrar a época do Paraíso.
A Ascensão marca o término da missão de Cristo na Terra. Já Pentecostes marca a época em que os Apóstolos recebem o fruto desta missão terrena. Eles encontravam-se reclusos na dor, quando, após 10 dias da Ascensão, foram batizados com fogo e espírito.
A partir disso foram capazes de falar sobre Cristo de forma que atingia todo ser humano.
Este é o início da disseminação do Cristianismo. E este impulso do Eu humano é melhor representado pela imagem do fogo.
No “dente-de-leão”, este processo é muito claro: as flores se abrem como um sol; após alguns dias as pétalas se fecham novamente para reabrir como uma esfera de sementes finíssimas que se espalham com o vento e se depositam na terra para gerar uma nova planta. A planta necessita fechar-se diante da luz assim como a consciência dos Apóstolos se fechou para a presença de Cristo.
Enquanto a Ascensão é simbolizada pelas floradas, Pentecostes é simbolizada pelos frutos e sementes, coroando o ciclo anual.
Ascensão
Os 40 dias de Páscoa desembocam na Ascensão quando o Ressuscitado ultrapassa a capacidade dos Apóstolos de presenciá-lo. Ele se torna senhor das forças divinas que agem na Terra.
As nuvens
Nesta época existe uma grande formação de nuvens, de formatos impressionantes. Num passeio com as crianças observar as nuvens, pois as mudanças constantes nos seus formatos podem dar asas à imaginação.
A mesa da Ascensão
Um quadro da Ascensão, emoldurado com cartolina dourada, pendurado na parede sobre a mesa. Uma toalha verde; uma vela branca. Ao lado, um vaso com flores do campo. Sobre a toalha verde, debaixo das flores, colocar muitas estrelas pequenas douradas.
O “dente-de-leão”
Durante um passeio com as crianças, colher esta planta e fazer as crianças soprarem as sementes que se espalham pela terra. O melhor lugar é uma colina e a favor do vento.
(Texto extraído da apostila Cotovia, que é uma publicação dirigida aos educadores da Educação Infantil da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura da Estância de Atibaia e interessados na proposta aqui apresentada. Ano I - nº1 – março/2006).
Em Pentecostes a Terra se enfeita como uma noiva com flores e verde para se casar com o céu. Mas a natureza não para e Terra e Céu ficam cada vez mais pesados, até a época de João, quando termina o processo de expansão e crescimento do sol.
Pentecostes é a última festa da expansão e de crescimento do sol.
Enquanto Pentecostes é o fruto da ação de Cristo, João é o primeiro broto na alma humana para crescer e evoluir. Uma fita dourada liga desta forma as duas festas. A chama de João que sobe da Terra para o Céu, somente pode ser um fogo espiritual como resposta do homem às línguas de fogo de Pentecostes que descem das alturas e batizam o homem preparado, com fogo e espírito.
Muitas são as possibilidades de vivenciar o Pentecostes com as crianças, mas, como em tudo na nossa pedagogia, é fundamental que os adultos estejam preparados internamente para que possamos alcançar profundamente as crianças.
Após as vivências da quaresma, da Páscoa, da Ascensão e de todas as propostas de renovação interior, as crianças estão finalmente prontas para o Pentecostes. No primeiro Pentecostes na Terra, línguas de fogo apareceram sobre as cabeças dos discípulos de Cristo. As chamas iluminaram não apenas o passado deles, mas também o seu futuro.
O Pentecostes é a festa da liberdade e do amor, uma festa que abre as portas para o futuro. Sua cor é o amarelo, que representa a iluminação. O espírito humano deve ser luminoso e buscar a Luz.
No encerramento da época, acontece uma festa, a festa de Pentecostes, em que as cores branco, vermelho e amarelo dourado podem alegrar a celebração com flores, velas e delicadas pombinhas que representam o Espírito Santo, a paz, a união e o amor.
No Pentecostes, é nos dado a oportunidade de fortalecer a união e a individualidade para uma vivência comunitária. Nas escolas, é nesta época que as professoras aproveitam para introduzir temas como profissões, costumes, idiomas, colheita, outono, onde se trabalha para o bem comum.
Também trazemos a imagem dos anões que trabalham cavando na montanha, procurando pedras preciosas e vivenciando o elemento dessa estação: a terra.
Texto extraído do Boletim Nosso Ritmo da Escola Waldorf Angelim, Ano III - Edição 8, Abril/2020.
Juan Pablo Pedro Del Amor.
Juan Pablo Pedro Del Amor.
És mi amorcito, cuando yo me voy.
Pregunta quien lo soy: Juan Pablo Pedro Del Amor!
Frére Jacques, Frére Jacques!
Frére Jacques, Frére Jacques!
Dormez vous, dormez vous?
Sonnent les mattines, Sonnent les mattines:
Ding, deng, dong, ding, deng, dong!
Roda da Lagarta (Elisa Ferrari Manzano)
De manhã o sol levanta
Acorda o lindo girassol
A violeta ainda está sonhando
Mas logo chega um raio de sol
música
Acorda, acorda, linda florzinha,
O dia já raiou, o galo já cantou,
E todas as flores enfeitam o campo de cores.
O beija-flor numa plantinha chegou
Mas logo se assustou!
Pois uma lagarta peluda e gordinha
Subia na plantinha com mil perninhas.
Comeu uma folha, duas, três,
Comeu tão depressa, nem pausa ela fez.
música
Lagarta arrasta-se no chão
Comendo folhinhas de montão
Come, come e não pára não.
Mas um dia a lagarta parou
Pois com muito sono ficou.
Num galho alto ela se segurou
E num casulo se enrolou.
O sono era tão profundo
Que para ela acabou-se o mundo.
Parecia até que a lagarta morreu
Pois nenhum sinal de vida mais deu.
Passou-se o tempo e um belo dia
A lagarta tão leve se sentia.
É que um grande milagre aconteceu.
Uma linda borboleta da lagarta nasceu!
música
Borboleta sorrindo, lá pro céu vai subindo,
Borboleta multicor, vai pousar na linda flor.
Pombinha branca
Pombinha branca
Que está fazendo?
Lavando roupa
Pro casamento
Vou me lavar
Vou me secar
Vou na janela
Pra namorar
Passou um homem
De terno branco
Chapéu de lado
Meu namorado
Mandei entrar
Mandei sentar
Cuspiu no chão
-Limpa ai seu porcalhão
Tenha mais educação.
Roda das Pombinhas para Pentecostes
“Pombinha rolinha passou por aqui,
Voando, cantando e fazendo assim,
Gru gru, gru gru”.
O Pombal!
O pombal está fechado
As pombinhas empoleiradas
O pombal já vai abrir
Voam voam pelo campo
Voam voam sobre o bosque
Voam voam até voltar
O pombal já vai fechar
As pombinhas vão entrar.
Roda – Procurando um amigo
O trenzinho vai soltando a fumaça pelo ar. Vai descendo a montanha. Pra no vale então chegar.
Era uma vez um chinesinho com um chapeuzinho, um longo bigodinho, uma túnica amarela e sapatinhos de fivela.
Ele adorava o Sol!
Virava para cá e agradecia,
Virava para lá e agradecia o Sol.
Um belo dia ele disse: - “Bom seria ter um amigo!”
E saiu a procura de um amigo.
E olhou para um lado...
Pro outro...
De repente...
AH! Chegou um mexicano!
Com um chapelão,
Um bigodão,
Botas de couro e,
Um violão
Blão, blão, blão...
E disse: - Olá!
E o chinesinho respondeu: - Lá, lé, lí, ló, lú
Deram um abraço e continuaram procurando amiguinhos.
“Vou procurar um amigo” (2x)
Olharam para um lado...
Olharam para o outro...
E... encontraram um negro da África!
Com tranças na cabeça,
Com um colar de sementinhas no pescoço e pés no chão,
Falou Humba! Lumba!
O mexicano falou: Olá!
O chinesinho: Lá, lé, lí, ló, lú
Abraçaram-se e continuaram a viajar.
“Vou procurar um amigo” (2x)
Olharam para um lado...
Olharam para o outro...
E... Viram um indiana vestida com um sári,
E ela falou: Nasmaste!
O Africano falou: Humba! Lumba!
O mexicano falou: Olá!
O chinesinho: Lá, lé, lí, ló, lú
Abraçaram-se e continuaram a viajar.
“Vou procurar um amigo” (2x)
Olharam para um lado...
Olharam para o outro...
E, viram o vasto mar.
Lá longe vinha vindo um barco...
E nele chegou um grego.
Com uma coroa de louro e
Uma harpa nas mãos,
E falou: - “Calimera!”
A indiana falou: Nasmaste!
O Africano falou: Humba! Lumba!
O mexicano falou: Olá!
O chinesinho: Lá, lé, lí, ló, lú
Todos se abraçaram,
Entraram no barco e foram passear.
Quando chegaram a outra praia,
Procuraram conchinhas,
Fizeram uma fogueira e cantaram.
Do Livro: “Época de Pentecostes”
“Sobre as Fontes da Força da Alma”
Herbert Kahn
Era uma vez, uma viúva que tinha três filhos. Ela era muito pobre, assim seus filhos tinham que sair ao mundo para ganharem alguma coisa para o seu sustento. Foi assim que a mulher despediu-se do seu filho mais velho e o rapaz se pôs a caminho...
Andou, andou por vilas e florestas, até que chegou a casa de um senhor de longas barbas brancas, olhar sereno, que lhe disse:
- O que procuras, meu jovem?
- Procuro trabalho, respondeu o rapaz.
- Se procuras trabalho, viste ao lugar certo. Estás vendo aquele rebanho de carneiros?
-Sim, respondeu o rapaz.
- O que devo fazer?
- Você não tem muito que fazer, respondeu o homem. Vá com os meus carneiros para o pasto, cuide bem deles e ao voltar, de noite, conte-me qual a erva que comeram e de que água beberam.
O primeiro filho ficou contente de ter recebido um trabalho tão fácil! Foi ao pasto com os carneiros, deitou-se na relva e olhando o céu azul, pensou:
- Não fui encarregado de fazer mais do que isto.
Os carneiros pastavam calmos e sossegados..., mas de repente, eles se agitaram e saltaram em direção a um riozinho de correnteza muito forte, acima do qual havia uma ponte estreita e muito velha. Levantou-se rapidamente e correu até eles para segurá-los, mas não conseguiu. Chamou-os:
- Esperem, onde vão, esperem! Mas eles não o atendiam...
E assim, um a um dos carneiros atravessou a ponte. Apenas um pequeno cordeirinho que ficou para trás, puxava insistentemente pelas calças do rapaz, como se o estivesse chamando. Mas o rapaz não entendeu e não acompanhou o cordeirinho...
Ao anoitecer os cordeiros voltaram e o rapaz levou-os de volta à casa do senhor.
- Bem, agora conte-me de que ervas meus cordeiros comeram e de que água eles beberam?
- Comeram ervas verdes e beberam água límpida da fonte, disse o rapaz.
O homem sorriu.
- Você fez seu trabalho tão bem quanto é capaz. Aqui está sua recompensa.
Deu-lhe um saco cheio de dinheiro.
- Vá, leve à sua mãe, pois ela te espera. Faz 7 anos que estás a meu serviço.
O primeiro filho pegou o saco de dinheiro e foi embora. Mas no meio do caminho parou em uma hospedaria, onde se pôs a jogar e a beber e em pouco tempo o dinheiro acabou. Assim, ele voltou para sua casa sem ter nada para entregar à sua mãe.
A viúva, então, chamou seu segundo filho. Despediu-se dele e este também andou, andou por vilas, cidades e florestas até chegar à casa de um senhor de longas barbas brancas, o olhar sereno, que lhe disse:
- O que procuras, meu jovem?
- Procuro um trabalho, respondeu o rapaz.
- Estás vendo aquele rebanho de carneiros?
- Sim, disse o rapaz.
- Pois leve-os para o pasto, cuide bem deles e ao voltar de noite, conte-me qual a erva e de que água beberam. Lá se foi o rapaz, com os carneiros.
O dia estava lindo e ele deitou-se na relva para olhar o céu azul, pensando...
- Não fui encarregado de fazer mais do que isto.
Os carneiros pastavam tranquilos, quando, de repente começaram a se agitar, andando em direção à ponte de madeira velha e carcomida.
Levantou-se rapidamente para segurá-las, mas não conseguiu.
- Esperem, esperem!
Mas um a um dos carneiros atravessou a ponte. Somente um pequeno cordeirinho, puxou-lhe as calças, como se estivessem chamando, mas o rapaz não o seguiu.
Ao anoitecer os cordeiros voltaram e o segundo filho levou-os de volta à casa do senhor. Também ele sem perceber nada de diferente despediu-se do senhor e recebendo um saco de dinheiro, foi-se embora.
No caminho, porém, um bando de ladrões o assaltou e ele perdeu todo o dinheiro, voltando para a casa da mãe de mãos vazias.
A viúva então chamou seu terceiro filho. Despediu-se dele e este se pôs a caminho...
Como os outros, andou, andou, até chegar na casa do senhor.
Também a ele foi confiado o rebanho de carneiros, como os irmãos. Assim sendo, ele levou o rebanho para o pasto.
O dia estava lindo e ele deitou-se na relva para descansar. Olhou o céu azul...
Os carneiros pastavam calmos e tranquilos... Quando de repente, começaram a se agitar e um a um se dirigiam para a velha ponde carcomida.
O rapaz assustado levantou-se:
- Esperem, esperem... E o pequeno cordeirinho puxou-lhe as calças.
O rapaz percebendo que ele queria mostrar-lhe algo, acompanhou-o atravessando a ponte.
Do outro lado da ponte caminharam até a gruta. Mal os cordeiros chegaram lá, suas peles começaram a cair... E uma luz muito forte brilhou, brilhou... Intensamente. Foi quando o rapaz olhou em direção a luz e avistou anjos. Anjos excepcionalmente bonitos, cobertos de ouro...
Eles rezaram uma missa santa, comeram pão santo e beberam do vinho santo.
Ao anoitecer todos voltaram pela velha ponte carcomida... Um a um...
Ao chegar à casa do senhor, o rapaz contou tudo que lhe havia acontecido.
O senhor sorriu e disse:
- “A você darei mais do que à seus irmãos”. E deu-lhe o pão santo, dizendo:
- “Este pão jamais terminará. Vocês jamais passarão fome durante vossas vidas” ...
O rapaz agradeceu e ia se retirando quando o senhor ainda lhe disse:
- Não te esqueças: “Você esteve a serviço de Deus!”.
Joãozinho Semente de Maça
(Lenda dos colonizadores da América do Norte)
Era uma vez um menino chamado Joãozinho, ele gostava muito de comer maças e ficava muito feliz ao ver as pequenas sementinhas marrons e lustrosas que dormiam, lá dentro, em cinco quartinhos. Um dia sua mãe lhe contou que cada uma dessas sementinhas poderia transformar-se numa macieira, se fosse posta na terra, aquecida pelo sol, regada pela chuva e abençoada por Deus.
Joãozinho então começou a juntar as sementinhas e todo mundo chamava-o de Joãozinho Semente de maça. Quando já havia juntado uma boa porção, pediu à sua mãe:
- Por favor, mãezinha, costura-me uma bolsinha em que eu possa guardar as minhas sementes!
A mãe pegou um retalhinho de pano e costurou uma bolsinha e Joãozinho pôs as sementes lá dentro.
Quando a bolsinha ficou cheia, ele foi falar com a sua mãe:
- Por favor, mãezinha, costure uma bolsa maior para minhas sementinhas!
A mãe pegou um retalho maior, costurou uma bolsa maior e Joãozinho pôs as sementinhas nela. E quando essa bolsa ficou cheia, Joãozinho foi pedir mais uma vez a sua mãe:
- Por favor, mãezinha, costure uma bolsa ainda maior para as minhas sementinhas!
Depois que essa bolsa ficou cheia, ele foi pedir mais uma vez, e ela então pegou um pano bem grande e costurou um grande saco.
Depois que essa bolsa ficou cheia, ele foi pedir mais uma vez, e ela então pegou um pano bem grande e costurou um grande saco.
Quando esse saco ficou cheio, Joãozinho já era João, um jovem, e disse à sua mãe:
- Agora irei pelo mundo e plantarei as sementes, para que todas as crianças possam alegrar-se com as maças.
E preparou-se para a viagem: sapatos ele não tinha, mas ele estava acostumado a andar descalço e as solas dos seus pés estavam bem grossas. Na cabeça pôs uma panela, numa mão levou o bastão, no ombro um saco com as sementes. Mas levava também um livro cheio de orações e histórias santas, para pedir a benção de Deus.
Assim disse adeus à sua mãe e saiu cantando:
“O bom Deus cuida de mim,
E vou cantando assim:
Agradeço os seus presentes,
A chuva, o sol e as sementes.”
Por onde João semente de maça passava, ele plantava as sementinhas. Ás vezes ele passava a noite numa fazenda ou ficava uns dias ajudando por lá. Quando se despedia, espalhava sementinhas de maça em volta da casa. Eles teriam um belo pomar algum dia!
E ele continuou caminhando, caminhando, sempre seguindo o sol, até que um dia não pôde continuar: ele havia chegado ao mar. E o saco estava vazio.
Durante o inverno ficou morando com uns amigos e na primavera quando tomou o seu caminho para voltar para casa, à primeira plantinha já havia crescido e não era maior que seu dedo mindinho. As próximas plantinhas já tinham o tamanho do seu dedo anular, outras estavam como seu dedo médio, e algumas já tinham o tronco da grossura do seu polegar. Continuou andando e encontrou árvores, cada vez maiores, primeiro do tamanho da sua mão, depois do comprimento de seu antebraço, e do comprimento do braço todo. E cada vez maiores estavam, até que chegou em casa: lá as árvores estavam da altura dele. Sua mãe ouviu-o chegar cantando:
Ó bom Deus, cuida de mim,
E vou cantando assim:
Agradeço os seus presentes,
A chuva, o sol e as sementes.
Ela correu a encontrá-lo e deu-lhe uma maça que havia amadurecido nas suas árvores. Essa é a história de Joãozinho Semente de Maçã.
UM CISNE VEM DE LONGE
Era uma vez um rei e uma rainha que desejavam muito uma criança, mas o desejo não se realizava, por mais profundo que fosse. Havia já passado muitos anos de espera, quando um dia, um ancião entrou pela sala do trono adentro. Seus cabelos muito longos, caiam-lhe sobre o manto azul. Seu olhar voltado para o rei e para a rainha conseguiu penetrar-lhes o coração e ler, ali, seu grande desejo:
- conheço sua preocupação, mas, não se aflijam. O seu desejo será realizado, disse o estranho. Prestem atenção ao que vou lhes dizer agora: quando for por sobre sua moradia, se estender o arco-íris e um resplandecente cisne branco cruzar por ela, para, em seguida, pousar junto ao lago, perto do palácio, terá chegado a hora pela qual tantos anos estão esperando.
Com estas palavras o ancião retirou-se da sala do trono, deixando o rei e a rainha em alegre expectativa.
Um dia, em pleno inverno, a rainha viu estendeu-se sobre o palácio um maravilhoso arco-íris, e, enquanto ela olhava, admirando-lhe a beleza, ouviu um farfalhar de asas e viu um resplandecente cisne branco cruzar pela colorida porta celeste, movimentando com majestade suas grandes asas.
Ele pousou suavemente no lago, quase congelado, do jardim real. Era como se ele tivesse trazido consigo todo um mundo de alegria.
O rei e a rainha, alegres e felizes, mandaram construir uma moradia para o cisne em meio a água; eles mesmos o alimentavam e dele cuidavam.
Pouco tempo depois, a rainha deu ao rei o esperado filho. A felicidade chegara ao palácio real. O rei e a rainha não deixaram de lembrar-se, com gratidão, do estranho que os visitou na hora certa.
No coração da rainha nasceu uma canção soando suave e, todos os dias, ela cantava essa canção ao filho real.
A canção era assim:
“Cisne vem de longe
Leve a voar
Pelo arco-íris
Na terra vem pousar
Sol, lua, estrelas
Brilham sem parar
E no firmamento
Anjos a cantar”
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